O Maracatu de Baque Virado é uma manifestação cultural nascida na região nordeste do território brasileiro, mais precisamente no estado de Pernambuco. Considerado o ritmo mais antigo e patrimônio imaterial de nossa humanidade, essa brincadeira é formada por uma bateria percussiva, com seus tambores, caixas, agbês(similar ao xequerê) e gonguê(similar ao agogô); acompanhada de uma corte real com sua simbologia de lindos mitos, contos e fábulas. Dos processos pedagógicos, além da riqueza rítmica, corporal, musical, há um trabalho no aspecto lúdico com as contações dos mitos e fábulas, dos significados nas vestes dos figurinos, nas construções dos estandartes.
As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos ou simples passatempos e, sim, momentos de descoberta, construção e compreensão de si; estímulos à autonomia, à criatividade, à expressão pessoal. Dessa forma, possibilitam a aquisição e o desenvolvimento de aspectos importantes para a construção da aprendizagem. Possibilitam, ainda, que educadores e educando se descubram, se integrem e encontrem novas formas de viver a educação (PEREIRA, 2005, p. 20).
Em meados de 2015, professores que estudam e pesquisam, não só a cultura popular brasileira, mas mais especificamente o Maracatu de Baque Virado, representados pela Nação Maracatu Porto Rico, iniciam um trabalho de ritmo corporal e de criação de tambores, utilizando materiais recicláveis. Dando o primeiro passo aos trabalhos de formação de grupo; com união, construção e partilha; solidificando assim, a própria identidade do grupo.
Dois anos depois, a cultura do Baque Mágico já mais consistente com oficinas para construções dos próprios instrumentos, trabalhando: marcenaria, cortando, lixando e envernizando cabaças; costura nas tranças das miçangas e cordas dos tambores; pintura, nas artes dos instrumentos e estandarte; mecânica, nas reformas das caixas e tambores de mão; filosofia, nas construções dos símbolos e nomes para construção de identidade do grupo.
É na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o educando aprende a agir numa esfera cognitiva, pois a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. (Vygotsky, 1984, p. 27)
Com o tempo, o movimento vai criando suas raízes toda sexta-feira, às 12:30, no Quintal. Hoje conta com uma equipe de cada vez mais professores atuando na organização e construção do movimento. Não há uma taxa de inscrição ou mensalidade, o Baque Mágico conta com o apoio dos professores, alunos, pais, mães e da própria escola.
GOSTARIA DE PARTICIPAR?
TODA SEXTA-FEIRA ÀS 12:30
O Quintal Mágico segura esse baque,
quero ver a poeira subir.
O Quintal é meu mundo inteiro,
e meu mundo é me divertir!
–
Quando chega a sexta é dia de baque,
corro pro quintal tocar.
Tem a ala de tambor e agbê,
e a caixa pro tempo marcar
Bibliografia
• PEREIRA, Lucia Helena Pena. Bioexpressão: a caminho de uma educação lúdica para a formação de educadores. Rio de Janeiro: Mauad X: Bapera, 2005.
• VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.